A história de Bahar é triste e comovente, uma pobre garota
judia, mas sonhadora, tem o desejo de conhecer o mar Cáspio e quer ser alguém
na vida. Filha de uma família pobre e problemática aos olhos da sociedade
elevada de Teerã, ela jamais alcançaria estima. Aos 17 anos Bahar
encontra Omid [cujo nome em farsi significa Esperança]. Ele é de uma família judia rica. Omid demonstra interesse
pela moça. Bahar sofre discriminação da sociedade do círculo de Omid, todos a
tratam com desdém. Contudo, eles se casam contra a vontade da família
dele. Após o casamento Bahar é limitada a ficar dentro de casa, sendo
censurada de ir visitar sua família e freqüentar a escola, onde concretizaria
seu sonho. E o que deveria ter-se
tornado um conto de amor, passa a ser uma história de abuso, de preconceito, de
tortura, não somente por parte dos agentes que poderíamos esperar, mas da
sociedade, da cultura, do círculo familiar. Omid logo encontra o amor de
sua vida, uma linda mulher muçulmana, livre, amante de um outro homem, ela o atrai para
uma vida polígama. Por sua inabilidade nata de administrar a vida, os
sentimentos e o mundo em que vive, a situação só piora em sua casa e em seu casamento, Omid e Bahar formam um casal distante, sem afinidades ou caráter amoroso. Omid é ausente, não cumpre seu papel de bom esposo. Bahar, por sua vez, tenta
chamar a atenção de seu marido, mas não alcança êxito com seu desempenho, ela acaba por
desobedecê-lo e retorna a antiga rua onde cresceu para visitar seus parentes. Sua
família acha estranha a vista da filha sem o esposo, ela não dá detalhes. Bahar
decide também retomar os estudos, porém tem seu regresso negado, após inúmeras
decepções ela fica grávida. Mas uma calamidade aflige o casal, e
principalmente Bahar, eles têm uma filha com surdez progressiva. A já
depauperada e oprimida Bahar, agora sofre duplamente, não só é mulher e teve
uma única filha, também mulher, mas esta filha não preenche todos os
requerimentos necessários, pois não é “perfeita”.
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